Meu Deus.... Depois de falar do conceito, nunca imaginei uma aprendizagem vivencial tão profunda. Num único dia vivi multi-polinizações cruzadas infindas de conhecimentos fantásticos.
O dia começou com buscar minha avó para ir ao Inhotim. (Para quem não conhece: www.inhotim.org.br - IMPERDÍVEL). E assim passei o dia com 2 gênias da vida - minha avó e minha tia avó, minha prima - companhia que aprendeu de cedo o inesperado - no Inhotim, visitando obras incríveis. Logo de início, Forty Part Motet (http://www.inhotim.org.br/arte/obra/view/195 ). Que coisa genial. O todo na parte. A parte no todo. Me lembrou Gregório de Matos:
"O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo".
O dia foi inteiramente preenchido de histórias, de vida, de experiência, de vontade, de sonhos, de realizações, de descobertas, de curiosidade, de experimentos.
Depois, dois grandes amigos, também geniais, num brainstorming de matar, e a certeza de que, neste momento, estou recebendo do universo MUITO mais que dando. Meus amigos são incríveis.
Agora sim, sinto que posso contribuir para a inovação nas organizações. Estou alimentada.
*Foto: Janet Cardiff, Forty Part Motet, 2001, instalação sonora em 40 canais, com duração de 14’7’’, cantada pelo coro da catedral de Salisbury, dimensões variáveis, foto: Pedro Motta (Fonte: www.inhotim.org.br)
Por Marcela Ruas
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quinta-feira, 24 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
A inspiração e a polinização cruzada [2]
Sobre o mesmo assunto, ontem vi o filme "O solista". Além de concordar muito com Marian Bantjes sobre a polinização cruzada da inspiração, sou usuária constante. Acho que isso faz parte da nossa construção pessoal e profissional. Por isso, e claro, por puro prazer hehehe, busco sempre novas fontes. Ontem, na cena do Solista (não se preocupem, sem spoiling, odeio rs) em que ele ganha um presente de Steve Lopez - quem puder, assista, recomendo - vi um mundo de referências sobre liderança, sobre inspiração, sobre talento, sobre mojo, sobre o prazer de viver. Certamente usarei em algum de meus clientes de coaching ou em algum treinamento para executivos. Até porque, além de me beneficiar da polinização cruzada, acho fantástico prover isso às pessoas, compartilhar aquilo que me inspira - até por isso este blog. Assim, #ficadica, vejam "O solista".
A inspiração e a polinização cruzada
Acabo de assistir mais um vídeo do TED. Não me canso de dizer... TED é tudo. O vídeo que vi agora é de uma designer, Marian Bantjes. Ela apresenta a forma diferenciada como encara o design e mostra diversos de seus trabalhos. E achei genial a mensagem final dela, quando ela diz que se sentia muito honrada em estar ali no TED, falando, no mesmo palco em que mentes brilhantes apresentam ideias e tecnologias transformadoras da vida, do mundo. Mas, ela diz que aprendeu a enxergar seu valor no mundo. Que é muito comum os artistas, os designers acharem que não estão contribuindo suficientemente. E que, hoje, ela sabe, o quão importante são os trabalhos que aguçam a imaginação. Porque, da mesma forma que ela é inspirada por livros, filmes, conversas com pessoas, da mesma forma, pessoas podem se inspirar no trabalho dela. Assim, quando ela produz trabalhos visuais que são diferentes, interessantes, intrigantes, que estimulam o questionamento mental, ela está incitando a imaginação das pessoas. E que você nunca sabe quando alguém pode se aproveitar deste estímulo e transformá-lo em alguma outra coisa. Porque a inspiração faz polinização cruzada. Então, que um trabalho dela pode inspirar um escritor, um cientista. E isso pode se tornar a semente que alimenta a mente de um médico, de um filantropo, uma baby-sitter. E que, ela acredita que uma sociedade totalmente funcional e rica precisa de estímulos como este, vindo de todas as áreas de conhecimento, fluindo, crescendo. Concordo e muito.
O vídeo pode ser visto em: http://www.ted.com/talks/marian_bantjes_intricate_beauty_by_design.html
*1 dos trabalhos de Marian Bantjes que aparece quando ela dá sua mensagem final. Sim, design também é sustentabilidade.
O vídeo pode ser visto em: http://www.ted.com/talks/marian_bantjes_intricate_beauty_by_design.html
*1 dos trabalhos de Marian Bantjes que aparece quando ela dá sua mensagem final. Sim, design também é sustentabilidade.
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segunda-feira, 21 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Cada tempo em seu lugar
Gilberto Gil
Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar
Não posso me esquecer que a pressa
É a inimiga da perfeição
Se eu ando o tempo todo a jato, ao menos
Aprendi a ser o último a sair do avião
Preciso me livrar do ofício de ter que ser sempre bom
Bondade pode ser um vício, levar a lugar nenhum
Não posso me esquecer que o açoite
Também foi usado por Jesus
Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz
Cada coisa em seu lugar
A bondade, quando for bom ser bom
A justiça, quando for melhor
O perdão:
Se for preciso perdoar
Agora deve estar chegando a hora de ir descansar
Um velho sábio na Bahia recomendou: "Devagar"
Não posso me esquecer que um dia
Houve em que eu nem estava aqui
Se eu ando por aí correndo, ao menos
Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir
Cada tempo em seu lugar
A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão,
Quando a desilusão chegar
Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar
Não posso me esquecer que a pressa
É a inimiga da perfeição
Se eu ando o tempo todo a jato, ao menos
Aprendi a ser o último a sair do avião
Preciso me livrar do ofício de ter que ser sempre bom
Bondade pode ser um vício, levar a lugar nenhum
Não posso me esquecer que o açoite
Também foi usado por Jesus
Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz
Cada coisa em seu lugar
A bondade, quando for bom ser bom
A justiça, quando for melhor
O perdão:
Se for preciso perdoar
Agora deve estar chegando a hora de ir descansar
Um velho sábio na Bahia recomendou: "Devagar"
Não posso me esquecer que um dia
Houve em que eu nem estava aqui
Se eu ando por aí correndo, ao menos
Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir
Cada tempo em seu lugar
A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão,
Quando a desilusão chegar
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Eu acho que...
Diferente de Shermer, eu não sou uma pessoa cética. Pelo contrário, acho até que acredito demais hehehe. Mas uma coisa que digo sempre é que um dos maiores problemas da cultura é o de que, de forma geral, a gente acha que acha coisa demais rs. Me explico. Quando alguém defende seu ponto de vista, muitas vezes até veementemente, o defende como uma opinião formada, algo construído, acreditado. Mesmo quando não defendidos, os pontos de vista aparecem o tempo todo em nossas decisões, ações, crenças. Pois então, é em acreditar que nossas decisões, ações, crenças são inteiramente nossas é que está o problema.
Costumo fazer um exercício com executivos que se chama "A árvore genealógica de valores". O que acho muito interessante neste exercício é o fato de, ao construírem suas árvores genealógicas de valores, as pessoas perceberem que herdaram (e muito) seus valores de sua história familiar. Fato é que o que pensamos e acreditamos está diretamente ligado à nossa história, à nossa educação, ao ambiente em que crescemos/ vivemos, à empresa em que trabalhamos. E o que acho mais fantástico nisso é o quanto explica a diversidade. Se temos uma combinação única de história de vida, formação familiar, educação, ambiente, grupos sociais, etc, como poderíamos pensar igual?
Costumo fazer um exercício com executivos que se chama "A árvore genealógica de valores". O que acho muito interessante neste exercício é o fato de, ao construírem suas árvores genealógicas de valores, as pessoas perceberem que herdaram (e muito) seus valores de sua história familiar. Fato é que o que pensamos e acreditamos está diretamente ligado à nossa história, à nossa educação, ao ambiente em que crescemos/ vivemos, à empresa em que trabalhamos. E o que acho mais fantástico nisso é o quanto explica a diversidade. Se temos uma combinação única de história de vida, formação familiar, educação, ambiente, grupos sociais, etc, como poderíamos pensar igual?
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quinta-feira, 10 de junho de 2010
A caixa preta da Cultura Organizacional
Tenho visto em meus projetos que muitos dos problemas da cultura organizacional estão no próprio entendimento do que é a cultura. Algumas pessoas acham que é algo soft, puramente comportamental, outros acham que os aspectos culturais estão ligados à vontade das pessoas de fazerem as coisas. Na verdade, cultura é bem mais complexo que isso e, por outro lado, o entendimento de sua complexidade torna as soluções mais simples de serem entendidas. O que acontece é que a cultura não é só o lado soft. Ela se manifesta, sim, e basicamente, nos comportamentos, pensamentos, relacionamentos. Mas o que a gera está muito mais ligado ao lado "hard" das organizações: processos, tecnologias, políticas, procedimentos, estrutura organizacional. Edgar Schein (1984) define a cultura como "um padrão de pressupostos básicos que um determinado grupo inventou, descobriu ou desenvolveu no processo de aprender a resolver problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente a ponto de serem considerados válidos e, portanto de serem ensinados a novos membros do grupo, como a maneira correta de perceber pensar e sentir em relação a esses problemas".
Outro dia eu vi uma entrevista com o Ricardo Semler onde ele dizia ter feito uma vez um trabalho com CEOs e pediu para que todos escrevessem suas missões, visões e valores em papéis. Depois ele embaralhou todos e pediu para que identificassem os seus. Todos se confundiram. É um ótimo exemplo de que não são os quadros de valores na parede das empresas que as definem e sim suas ações e decisões e como isso se reflete em aspectos tangíveis do seu dia-a-dia.
Fonte da imagem: http://www.sxc.hu
Outro dia eu vi uma entrevista com o Ricardo Semler onde ele dizia ter feito uma vez um trabalho com CEOs e pediu para que todos escrevessem suas missões, visões e valores em papéis. Depois ele embaralhou todos e pediu para que identificassem os seus. Todos se confundiram. É um ótimo exemplo de que não são os quadros de valores na parede das empresas que as definem e sim suas ações e decisões e como isso se reflete em aspectos tangíveis do seu dia-a-dia.
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
Attrition, retention e os "returners"
Uma das mensurações utilizadas para saber o grau de engajamento dos funcionários nas organizações é o attrition, que mede turn over, saída de pessoas, etc. Tenho notado, no entanto, que, no momento atual, um attrition alto passa a ser normal, se analisamos o aquecimento do mercado e a guerra de talentos. O que vejo, então, é uma nova medida que deve ser encarada de forma séria pelas empresas (sugiro inclusive como indicador), que chamo aqui de taxa de returning employees. Porque, que haverá rotatividade no mercado e um aumento de saídas com as ofertas de trabalho é certo, mas, fica a pergunta: Quantas dessas pessoas, depois que saem, resolvem voltar para as organizações de origem? Isso sim é medida de engagement. A pessoa sai, usufrui sua liberdade de ir e vir, experimenta, compara e decide voltar.
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segunda-feira, 7 de junho de 2010
Do que deve ser valorizado...
Tenho descoberto novas paixões a cada dia. Uma delas, é a imperfeição.
E na minha busca, na investigação do humano (que, por sinal, é o maior segredo organizacional), encontrei essa crônica maravilhosa de Paulo Ricardo Zilio Abdala:
A trilha da imperfeição
E na minha busca, na investigação do humano (que, por sinal, é o maior segredo organizacional), encontrei essa crônica maravilhosa de Paulo Ricardo Zilio Abdala:
A trilha da imperfeição
Ao deixar de lado as certezas absolutas, sentiu uma leveza incomum
Não saboreava mais o gosto amargo da melancolia em sua boca
Não tinha mais o peso maciço da cobrança em suas costas
Compreendeu naquele momento impar
Que a disparidade é de uma beleza rara
E que a igualdade não é um sonho, mas sim uma prisão
Mais calmo caminhava pela rua escura
Quando olhando para o nada enxergou um movimento
Era sua alma que passeava pelo parque
Alegre e viva flutuando sobre o mar revolto
De ondas de culpas e negativismos humanos
Ao ver tão singela cena parou...
Por instantes temeu por sua sanidade
Não poderia ser tão simples...
Por toda sua vida sofreu...
Sofreu por si... sofreu pelos outros
Pelo amor, pela saudade, pela morte...
Por tantas coisas que nem lembrava mais
E agora que estava desapegado de tudo
Cabeça erguida ao céu estrelado
Uma lágrima corria em seu rosto
Não era mais uma dor...
Nem outra forma de lamento...
Era a última gota de um sentimento negro
Que deixava de existir frente à luz
Incandescente da existência plena
Daqueles que aceitam a trilha da imperfeição
Como única rota de fuga da obsessão doente
Que é ser de tudo um pouco, ou ser de tudo um muito...
Tudo menos si mesmo
Não saboreava mais o gosto amargo da melancolia em sua boca
Não tinha mais o peso maciço da cobrança em suas costas
Compreendeu naquele momento impar
Que a disparidade é de uma beleza rara
E que a igualdade não é um sonho, mas sim uma prisão
Mais calmo caminhava pela rua escura
Quando olhando para o nada enxergou um movimento
Era sua alma que passeava pelo parque
Alegre e viva flutuando sobre o mar revolto
De ondas de culpas e negativismos humanos
Ao ver tão singela cena parou...
Por instantes temeu por sua sanidade
Não poderia ser tão simples...
Por toda sua vida sofreu...
Sofreu por si... sofreu pelos outros
Pelo amor, pela saudade, pela morte...
Por tantas coisas que nem lembrava mais
E agora que estava desapegado de tudo
Cabeça erguida ao céu estrelado
Uma lágrima corria em seu rosto
Não era mais uma dor...
Nem outra forma de lamento...
Era a última gota de um sentimento negro
Que deixava de existir frente à luz
Incandescente da existência plena
Daqueles que aceitam a trilha da imperfeição
Como única rota de fuga da obsessão doente
Que é ser de tudo um pouco, ou ser de tudo um muito...
Tudo menos si mesmo
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Networking
Muitas pessoas comentam comigo de se surpreenderem com meu network que, de fato, é grande. E, recentemente, estive pesquisando o tema. É incrível como encontramos matérias em veículos de RH, de gestão, falando sobre a importância de um bom network. Mas, acho muito engraçado quando vejo matérias sobre "Como aumentar seu círculo de influência" ou sobre "Como ter boas conexões". Acho engraçado porque não acho que network seja um objetivo fim, um resultado a se obter. A própria origem da palavra me remete a algo muito diferente do que vejo nos "Manuais de Gestão". Networking significa trabalhar em rede. Networking não é construir uma rede, parar e usufruir dela, é uma forma específica de se relacionar diariamente, constantemente e como indivíduo, não só como profissional.
Castells afirma que a paisagem urbana se transformou, alterando para sempre as relações humanas. Muito disso ele atribui às tecnologias de informação e comunicação (TICs), mas eu acho que vai muito além disso.
Penso que a atuação em rede está relacionada a se disponibilizar para as pessoas e a aceitar a troca sinérgica da rede. Atuar em rede significa compreender que você faz parte de um sistema maior e que você é veículo de informações e energia constantemente. E o que é mais incrível é que, quanto mais você entende e participa da rede, mais você aprende a usufruir dela. Existe também algo de quântico nas relações da rede. Vejo que quanto mais nos tornamos elos de conexão da rede, mais atraímos outros elos e pessoas altamente energizadas que potencializam nossa capacidade neural.
Fonte da imagem: http://www.sxc.hu
Castells afirma que a paisagem urbana se transformou, alterando para sempre as relações humanas. Muito disso ele atribui às tecnologias de informação e comunicação (TICs), mas eu acho que vai muito além disso.
Penso que a atuação em rede está relacionada a se disponibilizar para as pessoas e a aceitar a troca sinérgica da rede. Atuar em rede significa compreender que você faz parte de um sistema maior e que você é veículo de informações e energia constantemente. E o que é mais incrível é que, quanto mais você entende e participa da rede, mais você aprende a usufruir dela. Existe também algo de quântico nas relações da rede. Vejo que quanto mais nos tornamos elos de conexão da rede, mais atraímos outros elos e pessoas altamente energizadas que potencializam nossa capacidade neural.
Fonte da imagem: http://www.sxc.hu
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